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Everybody lies !

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Um sonho para um Requiem !

Deitei, fechei os olhos e pus na playlist do celular uma canção; meu ritual arde indução ao sono. Escolhi "Da Pacem Domine", um canto templário, no estilo gregoriano, entoado pelos cruzados há mil anos. Adormeci, mas mais pareceu um ritual de passagem. De repente, quase que no mesmo instante que me percebo dormindo, abro os olhos em um outro lugar, jamais visto ou visitado ! Era uma civilização primitiva no meio de uma floresta virgem, uma espécie de cidade-santuário, e o sagrado parecia imanente em tudo ali, tanto na vida, quanto na morte. A quietude que busco no meio de tanta inquietação da vida urbana - e de meu interior - me abraçava na medida em que aquele santuário entrava pela janela de minha visão: era o sagrado me invadindo, me buscando, diferente de toda a experiência religiosa ocidental. Já que mencionei isto, lembro de como tudo ali parecia uma experiência religiosa, sacra...mas, sem as prerrogativas da ascese flageladora e amputadora dos

Canção d'amores .

O amor é ferida aberta, no peito de quem sofre desse mal tão bom; O amor... Enfermidade que traz vida que liberta, mas faz servos Em seu reino de escravos voluntários; O amor... Dor que prosta, que sujeita e acorrenta à seus pés; Que derruba o mais valente, faz caí-lo descontente, O amor... Facho de luz em densas trevas, demônio do meio-dia Assalto à meia-noite, cruel em seus açoites; Algoz cruel do inocente, que de um único dano é reincidente: amar... Mesmo cobrando tão alto preço não há quem não lhe tenha apreço; Pois na vida é dádiva e milagre, que do fim faz recomeço. E qual homem diante desta morte não desejou ser esta sua sina e sorte? Ver sua vida como libação derramada, em devoção e entrega aos pés de sua amada...

Sobre o "bom" e o "mau" gosto - Ou; a boa Música é a que revela o melhor de nós !

* Será mesmo que essa não passa de mais uma “questão subjetiva”, do tipo defendido pelos que afirmam: “o que é bom gosto pra você, pode não ser pra mim”, ou vice-versa? * Será que devo mesmo, a partir disto, elencar alguns Ícones das últimas três gerações _por exemplo_ juntamente a algumas produções “musicais” da contemporaneidade? Penso que não; digo que não ! Clamo que jamais ! Quando me deparo com alguma questão aparentemente problemática, ajo conforme aprendi com a tradição grega , base do Ocidente: perscrutar tal questão até o seu princípio, e a partir disto reconstruí-la. Então, voltemos à Música com um olhar “panorâmico”, e percebamos o caminho que a mesma percorre na História das Civilizações. Não pretendo reescrever a História da Música; e nem mesmo defender um “estilo” em detrimento de outro. Em tempos e épocas diferentes; entre tribos e nações que nunca tomaram conhecimento uma da outra; e em qualquer dimensão humana que tenha passado por esse noss

A Comunidade - Povo - é maior que qualquer noção de "Estado".

- O Estado é uma invenção moderna; um dos "filhos mais novos" do processo civilizatório, de definição imprecisa e caracteres em constantes formação e deformação. Nada próximo à grandeza e o poder do sentimento de pertencer a um "Povo", detentores e responsáveis pela transmissão de uma herança, em qualquer tempo e circunstâncias. E, para isso, pouco importa se por algum tempo - ou por centenas de anos - isso não pôde se expressar em um território geograficamente delimitado.  Tem dúvidas disto? Pergunte aos Hebreus!

O "futuro" é uma temeridade !

Há quem espere demais da vida, das pessoas, das circunstâncias...! É uma espécie de vício, de dependência; uma constante necessidade de estímulos sensoriais, uma busca intermitente por "alucinógenos existenciais" ; de modo que a satisfação e a felicidade estão sempre no "lá", "ali", "amanhã"; ou em qualquer outra temporalidade que não seja o já,o "agora". Gente que sempre conjuga "vida melhor" no futuro. Um dia o futuro será presente,e depois passado, e ainda assim esperarão no futuro. Complicado? Parece, mas não é ! Refiro-me à nossa incapacidade de admitirmos o quanto somos constitutivamente insatisfeitos, cegos, e covardes. Está achando sua vida uma grande merda, e por isso continua alimentando essa expectativa infantil de um"futuro melhor"? Esqueça isso ! Agarre-se à essa sucessão de instantes a que chamamos "presente"e que, sendo uma merda ou não, é o único momento em que você pode afirmar:

Desconfio de convertidos !

A conclusão a que cheguei até agora, é que esse lance de crença parece operar mais efetivamente nos terrenos da afetividade e subjetividade. Sei lá...! Cada dia que passa, me parece mais uma predisposição que uma ação amparada na "lógica". O que testemunhei até hoje foi que, tanto entre ateus "convertidos" a alguma fé, à crentes aderidos ao ateísmo, jamais há uma mudança profunda nas matrizes do pensamento: os que foram da fé e se tornaram ateus soam sempre ressentidos (e não amparados somente por uma fria e "racional" demonstração de evidências) ; e os que eram ateus e se tornaram crentes, estão sempre espreitados pela dúvida existencial que moldou sua percepção da realidade. No fim das contas, não me parece tão razoável quanto ateus dogmáticos descrevem.

Tudo é Música...

O violão está sobre a mesa, descansando após o último café. Me bato na mesa acidentalmente, à fim de pegar fumo para pôr no cachimbo, e o violão vibra harmonizando em E/D. No quintal, uma gota pesada de chuva cai sobre um tubo de PVC que, grave, ressoa em C#… Tudo o que é matéria vibra em distintas frequências. Música é a harmonização - mesmo que aparentemente acidental - de frequências programadas ou aleatórias: no fim, tudo é Música. Quem tem ouvidos, ouça !