Deitei, fechei os olhos e pus na playlist do celular uma canção; meu ritual arde indução ao sono. Escolhi "Da Pacem Domine", um canto templário, no estilo gregoriano, entoado pelos cruzados há mil anos. Adormeci, mas mais pareceu um ritual de passagem. De repente, quase que no mesmo instante que me percebo dormindo, abro os olhos em um outro lugar, jamais visto ou visitado ! Era uma civilização primitiva no meio de uma floresta virgem, uma espécie de cidade-santuário, e o sagrado parecia imanente em tudo ali, tanto na vida, quanto na morte. A quietude que busco no meio de tanta inquietação da vida urbana - e de meu interior - me abraçava na medida em que aquele santuário entrava pela janela de minha visão: era o sagrado me invadindo, me buscando, diferente de toda a experiência religiosa ocidental. Já que mencionei isto, lembro de como tudo ali parecia uma experiência religiosa, sacra...mas, sem as prerrogativas da ascese flageladora e amputadora dos
Ephemeris
"Notas de uma jornada passageira"