Não existe felicidade ao meu lado...
Não
procure-a em minha companhia; há muito forjamos um pacto de
não-convivência.
Se
estiveres em busca de singelas alegrias, aqueles pequenos milagres do
cotidiano; certamente lhe serei útil. Os sorrisos enterrados pelas
mágoas; ou a fonte de novas palavras e símbolos, ou até de desejos
e intenções diferentes; sou a pessoa adequada .
As
chamas de prazeres infernais, aquele desejo insaciável - quase
vampirístico - pelos corpos e almas alheias, e que se inicie em seu
próprio ventre como num dragão inflamado: ponham o meu "Manifesto"
em vossas cebeceiras !
Não
vos ofereço nada, além do tudo o que já cobiçam em seus corações,
mas que aprenderam a emular através da falsa piedade. Liberdade !
Liberdade ! Liberdade !
Liberdade
para ser sem culpa, possuir sem temor, sacrificarem-se nos altares do
prazer ,conscientes das consequências dos seus atos deliciosamente
pecaminosos, e ainda assim, abraçarem com tesão erigido as curvas
de Hecate, Hebe ,Afrodite , Éris, e Persephone.
Que
tipo de liberdade é essa? A da grandeza de serem trágicos,
forjarem-se no fogo da irrestrição, não como quem não espera as
respostas de suas ações, mas como quem alça vôo sobre elas, e as
sujeita. Ofereço-lhes , na mesma porção, o "além-tempo"
e a "eternidade em um momento"; para que sejais eternos
enquanto morrem...
Não
procure essa tal - vulgar e frágil - felicidade ao meu lado...