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A genialidade escondida sob a caricatura do ridículo.



O mais sofisticado quadro de humor formado nas últimas décadas: "Mamonas Assassinas" ! Se fosse um desses acadêmicos que inventam estudos somente para captarem recursos do governo, dedicaria uma séria análise dos meninos de Guarulhos.


É desnecessário, a quem se interessa pela história da música ocidental nos últimos 50 anos, apontar a maravilhosa síntese que compõe o único álbum da banda. Um passeio pelo punk rock setentista, pela batida oitentista, pelo Thrash Metal; isso sem mencionar as inúmeras referências à gêneros tipicamente brasileiros: do brega de Falcão e Cauby Peixoto, ao pagodão carioca (especificamente, o Raça Negra e o Negritude Jr.); o "Forrock", etc...!


As idiossincrasias da classe média brasileira da década de 90, o choque cultural de um nordestino em um Shopping Center, o "legado do chifre" no romantismo brasileiro; o estigma de gay dos gaúchos, ou até mesmo - em um aparente escárnio aos gays - o ataque aos estereótipos imprimidos sobre essa "classe"; a ridicularização à quem atribui sempre sofisticação a qualquer coisa cantada em inglês; e a minha preferida: a resenha feita sobre os maneirismos na interpretação do Belchior, como também sua prolixidade ao falar sobre qualquer coisa, e isso quando consegue emitir um enunciado que seja inteligível.


De Freud à Falcão, de Claude Levi-Strauss à Luiz Carlos, e muito mais, tudo ali, em um único álbum, escondido sob a "des-pretensão" de , "somente" fazer humor... zoar. Depois dizem que o gênio é o João Gilberto !!!! (Sim, eu sei que é uma comparação idiota e sem sentido, mas não deixaria de tacar as minhas mamonas também).



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