Os
últimos decênios de preponderância das religiões cristãs no
Brasil, têm gerado uma contrafação extrema : a de um Estado
a-religioso. E, como quase sempre, os extremos são sempre estúpidos!
A
noção de Estado Laico se bem compreendida (principalmente por
cristãos que querem impor uma teocracia moderna) é uma salvaguarda
PARA TODOS os cidadãos, religiosos ou não. É a convivência de
todos, em liberdade de crença ou não, com a prerrogativa de atuarem
em seus espaços sem invadirem os alheios. Se cristãos radicais bem
soubessem, acenderiam velas de gratidão pela existência desse
modelo de Estado, que inclusive, os possibilita serem livres para
serem o que são (e ainda encherem o saco dos outros).
Como
Política é, sobretudo, dominação e acordos de interesses, as
coisas mudam de lugar com bastante frequência, e amanhã os
detentores do poder poderiam serem os das religiões de matrizes
africanas, ou até mesmo ateus, e quem sabe, suas liberdades de culto
estariam ameaçadas. Ter um Estado Laico não é somente a garantia
de todos termos liberdades de crenças ou não, mas também a
garantia de jamais haver o predomínio de uns sobre os outros.