Vem, amanhã pode ser tarde,
Talvez
não tenhas chance,
E
o tempo lhe alcance
Sem
que seja oportuno
Olhar
nos olhos de quem lhe arde o peito
E
enrubesce as maçãs de seu rosto,
E
que cala o discurso mais ensaiado.
Vem,
pois este “hoje” é o dia
De
que ainda tens a garantia de colher
Os
frutos do amor que alimenta seu ânimo;
E
que à noite vela teu sono
Semenado
nos teus sonhos
O
desejo secreto de muitos “amanhãs”.
Vem, quando se ama o tempo pára,
O
instante é o “sempre agora”
E
o amanhã uma distante maldade.
Este
é o convite que lhe faço:
-
Hoje, revele teu coração,
Pois
se amanhã já não formos
Seremos
na eternidade.