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"Second life"; Ou, da nossa eterna carência...

Redes sociais: "um vício no vazio" !!!  Redes sociais: "a angústia de sentir-se importante para alguém", mesmo que seja para um estranho. Redes sociais: a melhor expressão de vida dupla; depois do casamento, é claro. Redes sociais: exteriorização, projeção de um "eu" que jamais existirá efetivamente. Redes sociais: a conclusão de que a humanidade considera a profundidade algo cansativo. Ser "social" é ser "leve"...; e raso. Redes sociais (pelos "libertários" da Língua): - Não, não há nada de errado na escrita contemporânea; é somente uma variável da língua, um "coloquialismo", "regionalismo", "noção de pertencimento a uma nova tribo. P.S.: Ok. E qual é a maneira adequada de aconselhá-los à um auto-envio ao oríficio central traseiro? Redes sociais: nada há de errado com elas. São amplificações de nós mesmos: nós somos o erro. Redes sociais: há pouco mais de uma déc

Imagem e Verbo: notas da minha "heresia" !

1. A palavra, o discurso, a "linguagem verbal": o empreendimento humano mais sofisticado, industrioso... e frustrado.  O discurso é a morada da corrupção (no sentido "clássico" do termo), da decadência, do "deixar de ser"; vã tentativa de categorizar o já vivido e experienciado, aprisionar o "já sido".  Somente a Imagem é Fiel !!! Os homens primitivos sabiam do poder delas, dando-as devida importância por meio dos símbolos, dos rituais !! "No princípio era a Imagem..." 2. I magens: tudo as evoca... Palavras, acordes, signos diversos; tudo é tentativa de expressão delas. O próprio pensamento nasce como imagem.  No princípio era a Imagem; e a palavra é sua intenção de comunicar-se...

Dir. x Esq., um clássico nacional da passionalidade e das multidões ignorantes.

Toda insensatez é  marcada pela inabilidade/inaptidão  em lidar com conceitos, idéias puras: "Instituição" é um destes conceitos. É uma característica brasileira, sempre tendenciosa a simplismos, passionalidades rasas, extremizações impetuosas e, irritantemente, frágeis e voláteis. É chocante o modo como, em menos de um ano, milhões de pessoas mudam de lado; e isso ,para mim, representa somente a elasticidade volitiva de uma geração carente de repertório conceitual. Não se trata de ficar do "lado de A ou B", mas de propor migrações com relativa facilidade (a "dança" das legendas partidárias é uma das evidências deprimentes desse processo). Não reforço o "complexo de vira-lata", aquele que vaticina a nossa "burrice" como um elemento de inaticidade cultural; mas o que testemunhamos , é a prova de que nunca tivemos um projeto de educação integral , como a "paideia" grega. Fomos e somos educados superficialmente, não no

"The Seventh Seal": um memorial !

O que é a vida, senão a morte em contagem regressiva? Viver é caminhar lentamente em direção ao destino fatal de todos... O sorriso de uma criança um dia cerrará... As lágrimas das dores de tantos, secarão... A exuberância de um belo corpo, desvanecerá... A pujança arrogante de um corpo jovem, tarde ou não, adoecerá... Os olhos que se abriram, se fecharão para sempre... As palavras abundantes, silenciarão... Preocupações, queixas, dores, aspirações; já não serão... Pois tudo a que chamamos de vida é a prorrogação do deixar de ser... Morbidez? Perspectiva sombria? Melancolia ? Pergunte a cada ruga de seu rosto, a cada esforço que se torna mais pesado, Ouça as batidas de seu coração no silêncio de seu quarto, E tudo o que ouvirá é um brado de adiamento, uma negativa ao instante final. Não é a vida que permanece, é a morte que, misericordiosa para com muitos, prorroga sua estadia aqui. Ainda assim, nos iludimos na ânsia do “pra s

"Vide Cor Meum"; ou, um poema de despedida .

Sempre falou de amor, mas nunca o conheceu. Apaixonou-se por uma mulher que jamais foi sua. Viveu intensamente suas mágoas e dores! Nem mesmo percebeu quando instalaram-se momentos alegres em sua vida: - Não acreditava na alegria, no amor, e menos ainda nas mulheres. Era fiel à dor, súdito das paixões amputadoras. Dedicava-se à música, respirava música; jamais tornou-se músico. Gastava-se com a família, diluía-se nela e por ela; mas nunca teve família. Esmerou-se excruciante em ser modelo para os irmãos; porém, não ganhou irmãos. Foi cético, simpatizante, crente, crítico, descrente, cínico...agora não se importa com nada disso. Isso mesmo: importa-se com o nada, e nada mais. Não acreditava na “fé”, nos “irmãos” , na família...e chorava seu nada com música. Esteve de luto enquanto vivia; adoeceu quando apaixonado. Antecipou tragédias que jamais chegaram, agonizou mortes de gente que ainda está muito viva. Seu coração era a agonia, a tragé

A cafajestagem do "artista-político": breves notas.

1. Não sei até que ponto um músico "da noite", atores, artesãos, literatos, podem ser chamados de artistas. Eu prefiro me definir como entretedor de platéias. Isso me livra da enorme expectação que repousa sobre eles, os verdadeiros artistas. Mas, não se trata somente de uma evasão covarde: é a expressão de minha própria consciência, sabedora que é, da enorme facilidade com que, nas últimas 4 ou 5 gerações, grandezas foram "politizadas", apequenadas e/ou relativizadas. 2. "Artista" é um troço vaidoso e arrogante. "Militante" é um presunçoso fetichista e ufanista. "Artista engajado politicamente" é o suprassumo da decadência intelectual que se alcança no progressismo; e por consequência, chato pra caralho: um propagandista ideológico, jactando-se de sua - suposta - superioridade moral e estética. Toda militância e "espírito revolucionário" são estúpidos : à esquerda, ou à direita.

Bom dia, "Flor do dia" !

Pairando sobre um jardim de gente,o avesso beija-flor misantropo cumpria sua rotina descontente, até brotar , de súbito, aquela antiga flor ardente ! E ele se embaraça em seu próprio vôo, como em todas as vezes que , de longe a contemplou. Sorri, encabulado, e envolve a flor com suas asas cambaleantes e feridas: nesse instante, para ele, já não há mais gente, nem ruído, somente a amarela-flor que desperta , como sempre, a sede de sempre. Queria mesmo era , com seu bico, sorver tudo nela, na flor da flor,e desmaiá-la ali mesmo, no meio do jardim de gente... Mas, o que lhe sobra, duramente, é a mesma distância cruel de sempre... Sempre, no meio das gentes, pairando carente, se afasta o misantropo beija-flor doente...

"Queer - Cartografia das diferenças" - Ou, do novo produto nacional, o ativismo de Direita.

Sobre a mostra "Queer - Cartografia das diferenças", incentivada pelo Banco Santander: - Somente observo os "moralistas à la Perpétua" *, e a equivocada atuação dos "movimentos de Direita" brasileiros.  Poderiam utilizar tantos recursos previstos, intimar os responsáveis com base em dispositivos constitucionais e incriminá-los por infração de direitos civis, enfim, tudo que caracterizasse a justa retribuição por uma manobra que desestabilizou a ordem pública, esta garantida, em grande parte, pela noção que costumo chamar de "convivência de liberdades". Mas, não! O que preferiram? Utilizar a mesma, e maldita, via do boicote, escândalo, e censura ; atacando-os com a mesma sanha histriônica com que atacam os nossos "bons costumes", e transformando tudo em um teatro passional, como tudo por aqui.  Reafirmo o que já tenho dito há algum tempo: muito  do que se chama de "conservadorismo" e "Direita" ultimament

Sempre desconfie dos gurus e dos homens "de certezas".

Sempre transitei por TODO o território midiático do cenário político nacional (e alguns internacionais) , desde que comecei a ter um acesso mais constante à Internet, na época em que se pagava Hum Real por hora em Lan House. Brasil 247, DCM, Pragmatismo Político, Carta Capital, PHA, Vermelho. Org, The Washington Post, The Guardian, Manhattan Connect , Ceticismo Político, A Reacionaria, Andrew Klavan, David Horowitz, Slavoj Zizek, Bill Maher, Bill O'brien, Mídia Sem Máscara, Spotiniks, Roberto Pompeu de Toledo, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, e o Xamã da Virgínia - Olavo de Carvalho - em suas "produções independentes". Vivia semelhante a pobre quando vê fuzuê no bairro, e corre logo pra compor a muvuca. Além, obviamente, das páginas hospedadas em servidores do Governo, onde podia baixar qualquer projeto discutido nas "Casas do Povo", e que eu julgasse relevante. O YouTube sempre foi uma "mão na roda", principalmente quando ain

Fla x Flu - Ou, das discussões "políticas" no Brasil.

Não posso dizer como a coisa se dá no resto do mundo, mas aqui, desde quando me entendo por gente, nunca vi a associação entre pensamento e política. Aqui tudo é passional, afetado por ressentimentos, orientado por identificações bem personalistas, populistas como em toda a América Latina. A surpresa é ver que o acesso à informação, decorrente do advento da WEB, parece ter piorado o processo. Na verdade, não deveria ser surpresa : os mecanismos das crenças são e serão sempre os mesmos, e "a religião dos outros é sempre a estranha e herética". Sim, no Brasil, política É religião; e deriva dos mesmos processos cognitivos originadores das crenças. Antes que me entendam mal (como se me importasse), não quero dizer que se trata de um rebaixamento da Política compará-la aos movimentos religiosos: o que quero dizer é que ambos possuem naturezas distintas. Na religião a experiência é puramente subjetiva, individual, incomunicável e incompartilhável, de modo que se torna tirâni

"FERNANDINHO É PRETO, E EU TAMBÉM - Ou, dos infortúnios de viver em uma geração criada por quem, hoje, dela se ressente".

* Escrito após a eliminação da Seleção Brasileira de futebol masculino, na Copa do Mundo de 2018 . O volante da seleção brasileira, Fernandinho, é dentre muitos outros - pela enésima vez - vítima de comentários absurdamente injuriosos : nas redes "anti" sociais, é claro.  Os adjetivos são dos mesmos tons monótonos : associados à cor da pele ou à digníssima senhora genitora ; ou ambos em uma só levada. É escrôto isso, como sempre foi e será! Fernandinho, mais uma vez, mostrou que o uniforme canarinho é uma entidade distinta, que muitas vezes, faz sucumbir jogadores de alto nível e que atuam em Ligas e times idem. Duas Copas, e ele não foi bem. Nem Paulinho (esse, para mim, sempre superestimado)!  Ainda assim, ver um profissional sendo julgado por outra coisa, senão pela eficácia - ou não - com que desempenha seu papel, é de uma obtusidade espantadora, mas já habitual nessa geração.  Ora, se as ofensas me incomodam, sendo eu também negro e passíve

"Requiem" para os vivos, obra-prima do Dan Forrest.

Existe um específico gênero de composição na música erudita, inspirado fielmente no ritual católico da "Missa de Finados", e que se chama "Requiem Aeternae " ( Descanso eterno , em latim). Sou particularmente obcecado por estas peças, provavelmente pela minha "devoção" à morte como tema: as limitações impostas pela existência, e nossa derradeira finitude. Penso que todas as coisas passam por um processo de transvaloração quando aceitamos, de fato, que todos morreremos logo. O "Requiem" postado nesse link é distinto por uma razão intrigante: é composta também para os vivos, e quando se ouve, tem-se a certeza do quanto, muitas vezes, letras são inúteis numa composição musical. Além disso, é magnífica, linda, sublime, e uma das coisas mais singelas que já escutei. Mas, a maior alegria é saber que o compositor é um jovem norte-americano, contemporâneo, e bastante acessível. Ainda há esperança! https://www.youtube.com/attribution_l

Imigrantes em competições esportivas - Ou; como progressistas capitalizam tensões por meio do ódio.

O fim do século XIX e início do XX foi um período extremamente turbulento do lado de lá do Atlântico, principalmente concernente à disputas de territórios. Do lado de cá do Atlântico estávamos em um processo mais internalizado: questões raciais, questões envolvendo os nativos latino-americanos, e questões envolvendo as dimensões da atuação do Estado (período repleto de golpes e ditaduras, e de "movimentos de independência" ). Mas, como eu disse, do lado de lá do Atlântico as coisas ainda se pareciam com jogos de tabuleiro, daqueles tipo "War". A expansão inglesa e francesa em colônias africanas e asiáticas, as tensões no Leste Europeu - sempre envolvendo a Rússia - juntamente com parte do Oriente Médio (Vide Guerra da Rússia x Afeganistão). Ainda tem o poderoso projeto de Friedrich, O Grande, e o famoso Império Prussiano (idéia revisitada no século XX). No início do século XX temos a Primeira Grande Guerra, e os movimentos de êxodo são alarmantes, mas

O maravilhoso amor do cristianismo histórico !

Há alguns meses um vídeo viralizou pela WEB, e se tratava de uma fala do cantor (?) Johnny Hooker, em que ele afirma que Jesus é bicha e travesti. Ok! Duas semanas depois, e já começou um novo viral, que dizia que o suposto artista (?) sofrera um acidente grave, e estava às portas da morte. Enfim, uma mentira fácil de se verificar. Percebem qual a lógica disso? Não, não é que o deus puna quem o chamou de travesti : são os cristãos que punem. Como eu sempre digo: não há como admirar ou venerar o Cristo, se você compõe o cristianismo histórico . São dois caminhos bem distintos e, um deles, sempre destina as pessoas para as chamas do mesmo inferno que queima em seus corações piedosos. Ô, Glória! É pra glorificar de pé!

Brasil acima de tudo: uma piada da contemporaneidade.

- Tuuuuuuuu, tuuuuuuuu, tuuuuuuu... ; alô! - Boa noite! É do Ministério Público? - Sim, senhor! - Ok. Meu nome é Matheus Patrick, e eu gostaria de fazer uma denúncia. - Pois não, senhor. O que deseja denunciar? - Vocês já ouviram falar do termo "Stalker"? - Isso é alemão, senhor? - Não, é anglo-saxônico, derivado do bretão! - Onde é isso, senhor! - Deixa pra lá! Chamam de idioma inglês agora. Enfim.. - Continuo aguardando sua denúncia, senhor! - Então, "stalker" é o que chamamos por aqui de assediador, perseguidor, cerceador, aquele que se alimenta de constranger a liberdade alheia... - Senhor, pra que ser tão prolixo? Aqui na Bahia nós chamamos isso de "vacilão" ou "pau no cu"! - Nossa, como aqui na Bahia as coisas são maravilhosamente sintéticas! - Senhor, o senhor é gay? - Não! Mas isso importa? - É que o senhor usa uns termos afetados que, ou é coisa de bicha, de burguês, ou de bicha burguesa (leia es

"Aiiin, sou um eclético" - Sobre como ser superficial e covarde.

Depois que as Artes descambaram totalmente para as esferas mais subjetivas possíveis, para os lugares em que toda forma de relativização é bem-vinda, se tornou proibida qualquer expressão de julgamento - mesmo que apropriado - e quem o faz se encarcera, automaticamente, na definição de "preconceituoso e reacionário". Nestes tempos, ser "cool" é ser "eclético"; o que corresponde, mais ou menos, a dizer "tenho opinião sólida acerca desse assunto, mas não estou disposto a pagar o preço por ela". Daí, decorrem as posturas afetadas, blasé, politicamente corretas, e que abrigam tudo isso debaixo da definição contemporânea de "ecletismo" (não a definição clássica). Retirou-se o juízo estético de "bom" e "mau" gosto, e lá se foram juntos os ideais que alavancaram nosso progresso até aqui. Já esse "novo eclecticismo" será um dos maiores responsáveis pelo declínio desta e das gerações futuras, e

Conversa com um filho adolescente... e imaginário!

- Pai, pai, cadê você? - Tô aqui, canalhinha! - Você está chorando, canalhão? (depois do Nelson Rodrigues, esse é um carinhoso modo de tratamento em lares conservadores) - Qual é o problema? - O Pablo disse que "homem não chora"! - Qual Pablo? O que fez carreira às custas de canções que colocam os homens na condição de escravos de xoxotas? Ou, do que vive como quem crê que possui uma xoxota? - O primeiro Pablo. - Enfim, ambos sabem de nada, e são somente produtos de mercado, frutos de uma falsa demanda de gente que não percebe que seus próprios sentires e quereres - nem isso mais - os pertence. - Entendi porra nenhuma, pai! - No futuro, quando cursar o curso de Filosofia, há de começar a entender. Somente evite o povo que anda e vive em função do DCE. - O que é DCE, macho? - Canalhinha, é um lugar onde se reúnem as pessoas que aparentam se importar com as necessidades alheias, nesse caso os estudantes. Mas, na verdade, é somente o estágio para