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"Ao meu violão": gratidão ao amigo do peito.

Oh, meu amigo; mais uma vez somos só nós dois Sempre a falar você sempre a me ouvir. Mas, que importa se somos sempre só nós dois? Se somente contigo me sinto bem pra falar e até calar... Oh, meu amigo; somente tu conheces o que não digo à ninguém; Antes mesmo que fale me conheces pelo toque. Ninguém me compreende como tu, meu amigo... Às vezes tão alegre com um flamenco, ou romântico com um fado, E nos dias de muita expressão ouves até meu rock’n roll. Mas nos dias  que pesam as nuvens mais cinzas Escutas também minhas lamentações,  meus choros, As bossas, meus sambas-canções: me confortas nos momentos mais tristes. Oh, grande amigo; perdoa não ter lhe dedicado antes essa canção Estás sempre aqui a ouvir meu coração tão de perto, E a honrar essa amizade que de minha parte tem sido tão ingrata. Te prometo que à partir de hoje te honrarei muito mais do que antes Pois assim se constrói uma amizade tão forte...! Prometo te dedi

Meu choro, uma transpiração por inteiro !

Desaprendi a chorar, pelo menos com os olhos ! Perdi, e não encontrei mais, a nobre arte de encharcar um lenço. Não que tenha me dessensibilizado, tornado-me indiferente ao que me cerca, Ou que tenha empedernido-me, destituido-me da capacidade de afetar-me. Talvez seja parte do processo de aprender a manifestar-me de outros modos, o u , talvez, desenvolvido um jeito de “chorar pra dentro”: - Sim, talvez seja isso !!! Então, na próxima vez que vir arpejando meu violão,e com os olhos fechados parecer tocar outra dimensão; Saiba, estou chorando !! Ou quando ,ao lhe encontar, lhe abraçar bem apertado, e beijar seu rosto como se não nos víssemos há décadas; Saiba, estou chorando !!! Quando, atendido por um pedinte, reparto do pouco que tenho, e  meu rosto expor a minha satisfação de ter a oportunidade de compartilhar; Esteja certo, estou chorando !! Se me vires gritando como um louco, em uma daquelas rodas de conversa com amigos, em que parecemos versados

Sobre a terceirização das responsabilidades; ou, "assuma suas pôrras".

Umas das coisas que mais me chamaram a atenção - desde a infância - e que jamais entendi, é o que costumo chamar de "terceirização da responsabilidade". Essa falsa habilidade que desenvolvemos de, nunca mesmo, assumir a condução das nossas coisas, e por resultado, as consequências disto. * Perdeu o emprego, ou não arranja um : a culpa é do "mercado". * O colega foi promovido, e você não: resultado da política de influência dentro da empresa. * Seu parceiro (a) está em condição financeira e profissional mais bem situada que você​: a culpa é de qualquer coisa (se for o caso da parceira, é por ela" ter uma buceta " e você não), menos de sua falta de aplicação e investimento na formação ; ao contrário dela(e). * Você quase não têm amigos (e nessa me identifico) : a culpa é" deles", que são um bando de traíras, menos sua, que é antipático, egoísta, e antissocial. * Seu casamento vai mal, ou está acabando (ou já acabou, e

"Second life"; Ou, da nossa eterna carência...

Redes sociais: "um vício no vazio" !!!  Redes sociais: "a angústia de sentir-se importante para alguém", mesmo que seja para um estranho. Redes sociais: a melhor expressão de vida dupla; depois do casamento, é claro. Redes sociais: exteriorização, projeção de um "eu" que jamais existirá efetivamente. Redes sociais: a conclusão de que a humanidade considera a profundidade algo cansativo. Ser "social" é ser "leve"...; e raso. Redes sociais (pelos "libertários" da Língua): - Não, não há nada de errado na escrita contemporânea; é somente uma variável da língua, um "coloquialismo", "regionalismo", "noção de pertencimento a uma nova tribo. P.S.: Ok. E qual é a maneira adequada de aconselhá-los à um auto-envio ao oríficio central traseiro? Redes sociais: nada há de errado com elas. São amplificações de nós mesmos: nós somos o erro. Redes sociais: há pouco mais de uma déc

Imagem e Verbo: notas da minha "heresia" !

1. A palavra, o discurso, a "linguagem verbal": o empreendimento humano mais sofisticado, industrioso... e frustrado.  O discurso é a morada da corrupção (no sentido "clássico" do termo), da decadência, do "deixar de ser"; vã tentativa de categorizar o já vivido e experienciado, aprisionar o "já sido".  Somente a Imagem é Fiel !!! Os homens primitivos sabiam do poder delas, dando-as devida importância por meio dos símbolos, dos rituais !! "No princípio era a Imagem..." 2. I magens: tudo as evoca... Palavras, acordes, signos diversos; tudo é tentativa de expressão delas. O próprio pensamento nasce como imagem.  No princípio era a Imagem; e a palavra é sua intenção de comunicar-se...

Dir. x Esq., um clássico nacional da passionalidade e das multidões ignorantes.

Toda insensatez é  marcada pela inabilidade/inaptidão  em lidar com conceitos, idéias puras: "Instituição" é um destes conceitos. É uma característica brasileira, sempre tendenciosa a simplismos, passionalidades rasas, extremizações impetuosas e, irritantemente, frágeis e voláteis. É chocante o modo como, em menos de um ano, milhões de pessoas mudam de lado; e isso ,para mim, representa somente a elasticidade volitiva de uma geração carente de repertório conceitual. Não se trata de ficar do "lado de A ou B", mas de propor migrações com relativa facilidade (a "dança" das legendas partidárias é uma das evidências deprimentes desse processo). Não reforço o "complexo de vira-lata", aquele que vaticina a nossa "burrice" como um elemento de inaticidade cultural; mas o que testemunhamos , é a prova de que nunca tivemos um projeto de educação integral , como a "paideia" grega. Fomos e somos educados superficialmente, não no

"The Seventh Seal": um memorial !

O que é a vida, senão a morte em contagem regressiva? Viver é caminhar lentamente em direção ao destino fatal de todos... O sorriso de uma criança um dia cerrará... As lágrimas das dores de tantos, secarão... A exuberância de um belo corpo, desvanecerá... A pujança arrogante de um corpo jovem, tarde ou não, adoecerá... Os olhos que se abriram, se fecharão para sempre... As palavras abundantes, silenciarão... Preocupações, queixas, dores, aspirações; já não serão... Pois tudo a que chamamos de vida é a prorrogação do deixar de ser... Morbidez? Perspectiva sombria? Melancolia ? Pergunte a cada ruga de seu rosto, a cada esforço que se torna mais pesado, Ouça as batidas de seu coração no silêncio de seu quarto, E tudo o que ouvirá é um brado de adiamento, uma negativa ao instante final. Não é a vida que permanece, é a morte que, misericordiosa para com muitos, prorroga sua estadia aqui. Ainda assim, nos iludimos na ânsia do “pra s